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Morre homem que entrou em coma após ser imobilizado durante abordagem policial em Guaíba

Vídeo mostra mata-leão em homem durante abordagem policial no RS Um homem de 44 anos que estava hospitalizado em coma há cerca de dois meses após ser imobil...

Morre homem que entrou em coma após ser imobilizado durante abordagem policial em Guaíba
Morre homem que entrou em coma após ser imobilizado durante abordagem policial em Guaíba (Foto: Reprodução)

Vídeo mostra mata-leão em homem durante abordagem policial no RS Um homem de 44 anos que estava hospitalizado em coma há cerca de dois meses após ser imobilizado com suposto mata-leão durante uma abordagem policial em Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre, morreu na noite de segunda-feira (1º), de acordo com a família. O nome dele é Carlos Eduardo Nunes. O caso aconteceu em 24 de junho e foi registrado em vídeo (veja acima). As imagens mostram Nunes sendo abordado por quatro policiais, sendo que dois deles estão à paisana, e imobilizado com o mata-leão. Após ir ao chão, ele deixa de reagir e é arrastado desacordado em direção à viatura policial. 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp Segundo a Brigada Militar (BM), Nunes teria roubado um celular e apresentava sinais de surto, razão da abordagem policial. Conforme a família de Nunes, ele ficou 48 dias na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Moinhos de Vento. Há cerca de duas semanas, estava em um quarto. Durante os mais de dois meses de coma, não respondeu a estímulos. Carlos Eduardo Nunes morreu após ser imobilizado durante abordagem policial e entrar em coma em Guaíba Arquivo pessoal O filho de Nunes, Weverson Eduardo Fernandes Nunes, de 23 anos, conta que, desde o início da hospitalização, médicos avisaram que as chances de recuperação eram poucas porque a função neurológica dele havia sido comprometida devido a uma parada cardiorrespiratória. Além disso, que esse comprometimento foi resultado de uma asfixia, que a família atribui ao mata-leão. “Essa não seria a forma adequada da polícia ter agido. No caso, meu pai foi asfixiado. Imagina, a Brigada Militar não é preparada para asfixiar uma pessoa, não é para fazer isso, a abordagem deles não é matar uma pessoa. Porque ali, no caso, eles foram agir de má-fé. (...) Eu quero só justiça por meu pai agora” declarou Weverson. Apesar disso, inquérito da Polícia Civil não apontou relação entre a imobilização policial e a parada cardiorrespiratória, razão pela qual os policiais militares não foram responsabilizados (saiba mais abaixo). Vídeo mostra momento em que policial militar atira e mata suspeito já imobilizado no RS; corregedoria investiga Famílias cobram justiça após mortes em abordagens policiais no RS A Corregedoria da Brigada Militar também avaliou o caso e não indicou, ainda em agosto, relação entre a imobilização e a condição clínica de Nunes. No âmbito civil, cabe ao Ministério Público avaliar as conclusões da Polícia Civil. No militar, cabe ao Tribunal de Justiça Militar do Estado. Com a morte de Nunes, a família dele quer que as investigações da Polícia Civil sejam reabertas. Um advogado foi contratado para isso. A data e os horários para velório e sepultamento ainda não foram divulgados, mas serão no cemitério de Charqueadas. Homem foi imobilizado com mata-leão e arma de choque e depois arrastado desacordado. Câmera de monitoramento Conclusão da Polícia Civil A delegada Karoline Calegari, responsável pela investigação, explica que os policiais não foram responsabilizados pela Polícia Civil porque as provas indicam que "os policiais efetuaram a abordagem agiram em estrito cumprimento do dever legal". Entre as provas, estão o vídeo que registrou a abordagem, que não constata se houve "efetiva constrição do pescoço, ou seja, se o policial agiu de maneira a deixar ele (a vítima) sem ar". "Mas fica nítido que, durante quase cinco minutos, o abordado, apesar de haver quatro policiais contendo-o, reage e tenta lutar", diz a delegada Karoline. Além disso, a perícia indicou que a causa da morte foi parada cardiorrespiratória, sem poder afirmar o que levou à condição. "Os policiais usaram a técnica menos lesiva ao abordado: técnicas de mãos livres. Essa é a primeira numa escala de uso de força. Em face da resistência, foi utilizado armamento não letal: taser. [É] a segunda na escala", diz a delegada. Segundo ela, testemunhas presenciaram os policiais flexibilizando a contenção ao pensarem que o Nunes pararia de lutar, mas ele voltava a reagir. "O PM que o conteve como suposto 'mata-leão' afirma que não segurou o abordado pelo pescoço, e, sim, na região da clavícula, com um braço atrás da cabeça do abordado, pois ele efetuava cabeçadas para trás. A perícia não afirmou em sentido contrário", diz. A Polícia Civil também suspeita que Nunes "estava sob uso de substância entorpecente". "A família relatou que ele era usuário contumaz de drogas há mais de 14 anos e havia passado a ter alucinações quando usava entorpecentes”, conta" Ela relata que a vítima do roubo do celular contou que Nunes acreditava que o carro da vítima era dele e que afirmou saber que os militares não eram policiais, por isso, não aceitaria a contenção. Por fim, afirma que, após Nunes ficar desacordado, houve prestação de socorro imediato. VÍDEOS: Tudo sobre o RS

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