Entenda como crise em hospitais da Região Metropolitana sobrecarrega sistema de saúde em Porto Alegre

  • 02/04/2024
(Foto: Reprodução)
Mudanças na administração de dois hospitais, em Alvorada e Cachoeirinha, deixaram unidades com atendimento restrito. Trabalhadores protestam pedindo pagamento de direitos trabalhistas. Hospital Padre Jeremias, em Cachoeirinha Reprodução/RBS TV A taxa de ocupação das emergências de Porto Alegre ultrapassou 200% no início de abril, segundo a Secretaria Municipal da Saúde. A situação, segundo as autoridades, é motivada por uma crise em hospitais da Região Metropolitana. 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp Nesta reportagem, o g1 explica o que acontece e qual a orientação do poder público para quem precisa de atendimento: O que está acontecendo e onde Qual o impacto em Porto Alegre Qual a orientação das autoridades O que está sendo feito para resolver o problema O que dizem as entidades Hospital de Alvorada Reprodução/RBS TV Confira: 1. O que está acontecendo e onde Dois municípios vizinhos de Porto Alegre enfrentam problemas na gestão de seus hospitais, ambos administrados pela Fundação Universitária de Cardiologia. Alvorada O hospital do município de 187 mil habitantes passou por uma troca na administração na segunda-feira (1º). A Fundação Universitária de Cardiologia, responsável pela gestão da unidade por 25 anos, encerrou o contrato dizendo não ter recursos para pagar as rescisões dos funcionários. O hospital passou a ser gerido pela Associação Beneficente João Paulo II, do Recife. No entanto, segundo os trabalhadores, a transição de um gestor para outro foi marcada por transtornos. Pacientes reclamaram da demora no atendimento. Protesto de funcionários demitidos do hospital de Alvorada Cachoeirinha Com 136 mil moradores, Cachoeirinha também está passando por uma mudança de administração no Hospital Padre Jeremias. O local também é gerido pela Fundação Universitária de Cardiologia, que deixa a unidade nos próximos dias. Trabalhadores que temem ficar sem os direitos trabalhistas, como em Alvorada, entraram em greve. Apesar das restrições, 30% da equipe mantém os atendimentos de urgências e emergências. O atendimento para quem já está internado e para quem está em situação grave é normal. Funcionários do Hospital de Cachoeirinha protestam 2. Qual o impacto em Porto Alegre O secretário da Saúde de Porto Alegre, Fernado Ritter, afirma que a situação nos municípios vizinhos "está impactando muito" a situação das emergências na Capital. "Os pacientes menos graves, os azuis e verdes, chegam a um tempo de espera que pode ultrapassar 10 horas. Obviamente que os pacientes mais graves, eles são atendidos imediatamente. Isso causa desconforto, descontentamento, mas isso está muito associado com o processo da Região Metropolitana, que precisa de atenção", afirma. O Hospital de Clínicas, por exemplo, restringiu o atendimento na emergência. Na terça-feira (2), o local atendia quase o triplo de pessoas para o total de vagas disponíveis. Fila em Pronto Atendimento de Porto Alegre Reprodução/RBS TV 3. Qual a orientação das autoridades O secretário da Saúde de Porto Alegre pede que as pessoas "tentem esgotar a possibilidade de atendimento dentro do seu município", em unidades de saúde ou em prontos atendimentos. "Procurem um Porto Alegre ou um município de grande porte em último caso, porque vai demorar o atendimento e, geralmente, vai gerar um descontentamento ou desassistência", afirma Ritter. Pronto atendimento em Porto Alegre Reprodução/RBS TV 4. O que está sendo feito para resolver o problema A Fundação Universitária de Cardiologia diz não ter os R$ 41 milhões necessários para pagar os direitos trabalhistas. O governo do estado afirma que está aberto ao diálogo e que, se necessário, os pacientes internados em Alvorada e Cachoeirinha serão transferidos para outros hospitais. A Secretaria Estadual da Saúde ainda diz que "o foco do poder público está em medidas para garantir a continuidade ao acesso da população ao atendimento de saúde no hospital, sem interrupção do atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS)". 5. O que dizem as entidades O presidente do Sindicato dos Profissionais de Hospitais do RS (Sindsaúde RS), Júlio Jesien, afirma que "o problema está generalizado" e que há falta de investimento público para manter os atendimentos na Região Metropolitana. O Sindicato Médico do RS (Simers) afirma que a crise é "sem precedentes" e que "o governo gaúcho diz que está tudo bem e que os aportes de recursos aos municípios não é um problema". O Conselho Regional de Medicina do RS (Cremers) pede que a Secretaria Estadual da Saúde execute "um plano de contingência para a destinação e a transferência de pacientes para outras unidades, com ampla comunicação às Secretarias de Saúde dos municípios". O Conselho Regional de Enfermagem do RS (Coren-RS) afirma que vai acionar "o Ministério Público, entre outras instâncias, para que o atendimento seja restabelecido com qualidade e segurança". Protesto de trabalhadores da Saúde em Cachoeirinha Reprodução/RBS TV VÍDEOS: Tudo sobre o RS

FONTE: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2024/04/02/entenda-crise-hospitais-regiao-metropolitana-porto-alegre.ghtml


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